E se perdem em assuntos bobos...



O dia que amanheceu frio, a chapinha que estragou, o esmalte que descascou, o amor que não é recíproco, a bolsa que não está cheia, o batom que não é do tom adequado para seduzir um homem, o carro que não é importado. Perdem-se em assuntos tão banais como os seres que destroem seus corações. Pessoas perdem tempo discutindo sobre essa porra de amor. Será que é tão difícil enxergar que o amor não passa de um nome idiota que deram ao que as pessoas sentem quando gostam de se esfregar e compartilhar tudo? Não, pequena. Eu não sou fria deste modo desde que nasci. Eu já amei. E eu já tive o meu coração quebrado em centenas de pedacinhos. Até hoje tento me convencer de que o amor não existe. Mas meus olhos não sabem mentir, e quem estiver na minha frente enquanto eu disser que o amor não passa de um nome idiota que deram ao que as pessoas sentem quando gostam de se esfregar e compartilhar tudo, poderá perceber o quanto eu minto. Já falei sobre amores e desamores com pessoas desconhecidas, mas agora aprendi a valorizar coisas pequenas. Eu falo muito, de verdade. Eu falo sobre coisas que para muitos não importam. Eu falo sobre os animais, a cama bagunçada, o cheiro dele no meu quarto. Eu falo sobre as fotos velhas que me fazem sentir saudade, o tom nude de batom que minha mãe sempre gostou de ver em meus lábios e a doçura do café. Eu falo sobre aquilo que não agrade somente a mim. Eu falo sobre a noite em que ele me levou até a porta, a moradora de rua que me pediu ajuda, o caos em que o mundo se encontra. Eu falo sobre a realidade, mas nem por isso eu a encho de futilidade.

Texto de: Hora de Sonhar

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